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Aécio Neves: senador elogia Fernando Henrique com Lula
Aécio Neves: senador frisou que embates numa democracia devem ser no campo político e não no pessoal. “Foi um gesto de cidadania”, disse.
Entrevista do senador Aécio Neves a rádio Itatiaia: encontro entre os ex-presidentes FHC e Luiz Inácio Lula da Silva
Fonte: PSDB MG
Senador Aécio, o que representa esse encontro entre os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique?
Na verdade, um gesto de cidadania. Um gesto que demonstra a maturidade política do Brasil. Enquanto assistimos diariamente o combate pequeno, rasteiro, de ataques pessoais, acusações de toda ordem, assistimos ao gesto de um estadista em homenagem a outro estadista. Almocei na segunda-feira com o presidente Fernando Henrique, quando ele nos disse que estaria com o ex-presidente Lula nesta terça-feira, e ele próprio estava muito emocionado. Em determinados momentos, temos que nos despir da nossa condição de líderes partidários ou mesmo de representantes de determinados projetos para sermos aquilo que essencialmente somos, seres humanos. Capazes de, sinceramente, demonstrarmos solidariedade. E essa solidariedade demonstrada pelo ex-presidente Fernando Henrique pessoalmente é de todos nós, que queremos o ex-presidente Lula em plenas condições de saúde para que possamos, valorizando a democracia, enfrentarmos e travarmos os embates sempre no campo político, jamais no campo pessoal. Portanto, Fernando Henrique, com esse gesto, representa o sentimento de todos nós, do PSDB.
O senhor também já falou com o ex-presidente Lula?
Falei com o ex-presidente Lula e tenho por ele um respeito enorme. Temos uma relação de amizade construída ao longo de 20 anos de militância política. E tenho uma característica, que talvez seja também a do presidente Lula, eu não considero alguém, por estar apenas em outro campo político, meu inimigo. Ao contrário, o ex-presidente Lula tem todas as virtudes, por isso governou o País. Posso discordar de ações do seu governo, mas jamais deixarei de considerar e de respeitar o papel extremamente relevante que ele teve na construção da democracia no Brasil.
Aécio Neves agradece Fernando Henrique e diz que PSDB precisa trabalhar para fortalecer os diversos segmentos do partido
Aécio oposição, eleição 2014
Fonte: Silvia Amorim e Thiago Herdy – O Globo
Serra discorda da opinião de FH sobre Aécio
Ex-presidente declarou que o senador mineiro é o candidato natural do PSDB à Presidência; tucanos se dividem
SÃO PAULO e BELO HORIZONTE. O ex-governador de São Paulo, José Serra, disse ontem discordar das opiniões do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em entrevista à revista britânica “The Economist”, mas que, por se tratar de um amigo, não comentaria as declarações. O trecho de maior repercussão foi aquele em que Fernando Henrique apontou o senador Aécio Neves (MG) como o “candidato óbvio” do PSDB para a eleição presidencial de 2014. Ele também falou em “erros enormes” na campanha de Serra em 2010 e disse que o mineiro tem hoje mais chances de vitória em 2014 do que Serra.
– São opiniões dele (FH). Não estou de acordo com algumas delas, mas não vou polemizar com um amigo – afirmou o ex-governador Serra, sem dar detalhes sobre os pontos em que discorda do ex-presidente.
À revista, FH disse ainda que Aécio tem mais condições de fazer alianças políticas.
– Aécio é de uma cultura brasileira mais tradicional, mais disposta a estabelecer alianças. Ele tem apoio em Minas Gerais. São Paulo não é assim, é sempre dividido, é muito grande.
O senador Aécio Neves agradeceu ontem ao ex-presidente Fernando Henrique pela referência a seu nome como “candidato natural” do PSDB à Presidência em 2014. Em viagem particular, o senador divulgou uma declaração por meio de sua assessoria, em que afirma considerar o período após as eleições municipais como o momento certo para a definição de um nome, “entre os vários de que dispõe”.
– Agradeço a referência do presidente Fernando Henrique. Temos que trabalhar agora pelo fortalecimento partidário e de suas estruturas, a juventude, as mulheres, os sindicatos, além do esforço para ampliar o alcance do nosso discurso – disse Aécio, sem citar o seu principal adversário na luta interna dentro do partido pela indicação nacional, o ex-governador José Serra.
As declarações de Fernando Henrique provocaram reações diferentes no partido. O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), em viagem a Miami, endossou as afirmações:
– Aécio tem muito apoio no partido. Isso é a verdade .
Mas ele ponderou que essa discussão deve ser feita somente após as eleições municipais:
– Agora é hora de o partido se preparar para enfrentar a próxima eleição.
Já aliados de Serra contestaram Fernando Henrique. Alguns classificaram as declarações como “fora de hora”.
– É muito difícil discordar do Fernando Henrique, mas não é bem isso. Aécio é um possível candidato forte, mas não é o único, nem natural – disse o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP). Para ele, manifestações como as de FH neste momento mais atrapalham do que ajudam.
– Acho que manter a isonomia nesse processo é fundamental para a construção da unidade do partido – disse.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, preferiu não entrar na polêmica. Ele disse que o partido tem grandes nomes, mas que o tema precisa ser “amadurecido”.
O fato é que as declarações de FH pautaram conversas no PSDB nos últimos dois dias. Alguns tucanos viram nas palavras do ex-presidente uma espécie de apoio para que Aécio intensifique suas articulações políticas para 2014.
Ala do PSDB ligada a Aécio defende que o partido comece a trabalhar, mesmo que sutilmente, o nome domineiro já nas eleições municipais. Em São Paulo, tucanos interpretaram as palavras do ex-presidente como um alerta a Serra.
– Acho que ele está tentando mostrar ao Serra que o candidato natural é o Aécio e que, se ele quer brigar por 2014, tem que se recolocar no cenário político desde já, aceitando ser candidato a prefeito em São Paulo – disse um tucano.
A cúpula do PSDB em São Paulo ainda não descarta o nome de Serra para disputar a prefeitura.
Eleições 2014: Aécio Neves agradece citação de Fernando Henrique e diz que ex-presidente tem perfil agregador
Eleições 2014, The Economist, Aécio oposição
Fonte: Christiane Samarco – Estado de S.Paulo
Aécio agradece a FH, e Serra discorda do ‘amigo’
Senador, apontado pelo ex-presidente como nome ‘óbvio’ para 2014, se diz honrado, enquanto Serra diverge ‘sem polemizar’
Após ter sido citado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como o “candidato óbvio” do PSDB à Presidência em 2014, o senador Aécio Neves (MG) divulgou nota ontem em que agradece pelos elogios e valoriza o próprio perfil “agregador”. “Temos que trabalhar agora pelo fortalecimento partidário e para ampliar o alcance do nosso discurso”, afirmou. Já José Serra, que não desistiu da disputa ao Planalto, preferiu evitar a polêmica com o ex-presidente: “São opiniões dele. Não estou de acordo com algumas delas, mas não vou polemizar com um amigo”.
Na mesma entrevista, publicacada na seção Americas view do site da revista britânica The Economist, FHC criticou “erros enormes” da campanha de Serra a presidente em 2010 e disse que o ex-governador paulista poderá abrir caminhos para novas lideranças daqui pra frente. Para FHC, Serra “não formou alianças e ficou isolado mesmo internamente” durante a campanha.
O g0vernador Geraldo Alckmin optou pela neutralidade diante da polêmica. “Temos grandes nomes no PSDB preparados para essa responsabilidade. É um tema a ser amadurecido. Mas está longe ainda”, afirmou ontem.
O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), admitiu ontem, “com muita serenidade”, que fora de São Paulo, onde, segundo ele, Serra é o presidenciável natural, “há uma preferência neste momento por um nome novo, em função das derrotas de 2006 e 2010”. E concluiu: “Esse nome novo é o do Aécio.” Duarte Nogueira observou apenas que a política é dinâmica e amanhã o cenário pode mudar.
Mas na avaliação do presidente do PSDB mineiro, deputado Marcus Pestana, o futuro já tem nome na percepção hegemônica do partido: “Nove entre dez tucanos que olham para 2014 hoje veem a cara doAécio”. Ele entende que FHC apenas “jogou luzes sobre o cenário futuro com um diagnóstico preciso dos erros do passado” e tem autoridade política e intelectual para fazê-lo.
Aécio fez questão de destacar que o momento para definir o “melhor nome, entre os vários de que dispõe o partido” será depois das disputas municipais de outubro deste ano. “No momento certo, independentemente de quem será o nome, o PSDB estará em condições de apresentar um projeto ao País que faça o contraponto ao modelo de governança representado hoje pelo PT”, disse na nota de oito linhas.
Paulistas. Vice de Serra no governo de São Paulo, Alberto Goldman contestou FHC, afirmando que “o importante na escolha do próximo presidente não é só a capacidade de fazer alianças, mas de enfrentar os grandes problemas que o País ainda tem e de dar ao desenvolvimento um ritmo compatível com o potencial do Brasil”. / COLABORARAM LUCAS DE ABREU MAIA e FELIPE FRAZÃO
PSDB trabalha pela renovação e busca novos caminhos – tucanos criticam leniência dos governos Lula e Dilma com a corrupção
Gestão Pública, Combate à Corrupção, loteamento de cargos públicos
Fonte: Luciana Nunes Leal – Estado de S.Paulo
Em busca de ‘renovação’, PSDB ataca Lula e Dilma
No Rio, FHC diz que Lula ‘deformou o que foi feito’; Aécio critica ‘governo de salamaleques’
Reunidos para discutir “a agenda dos próximos vinte anos” e a “renovação” do partido, políticos e teóricos do PSDB fizeram ontem um coro de duríssimas críticas aos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Grande homenageado do encontro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso rejeitou a tese de que Lula deu continuidade às políticas de seu governo. “O governo do presidente Lula deformou o que foi feito antes. O programa que eles tinham era uma corrida para o abismo. Pegaram o nosso e executaram mal”, discursou Fernando Henrique, aplaudido de pé.
O ex-presidente foi encarregado de encerrar o seminário, que teve clima de reencontro, com antigos colaboradores do governo FHC, como o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, os ex-presidentes do Banco Central Armínio Fraga e Gustavo Franco e os “pais” do Plano Real Edmar Bacha e Pérsio Arida. Os políticos, por sua vez, se esforçaram para minimizar as brigas internas e insistir que “divergir não é negativo”, como disse o presidente do partido, Sérgio Guerra (PE).
O ex-governador José Serra e o senador e ex-governador Aécio Neves (MG) chamaram atenção para as denúncias de corrupção que envolvem o primeiro escalão do governo Dilma e atacaram o loteamento de cargos entre os aliados. Serra disse que os adversários são “viciados na mesquinharia política”. “Este é um governo de factoides e salamaleques”, atacou. Aécio recorreu a uma expressão usada pela presidente: “O malfeito para este governo só é malfeito quando vira escândalo. Até lá, é bem feito. O governo age reativamente”.
Depois das últimas campanhas presidenciais, em que o PSDB evitou destacar feitos do governo FHC, como privatizações e reformas, o convite a alguns destacados auxiliares do ex-presidente soou como tentativa de reorganizar o discurso tucano. “O papel do PSDB foi estruturar tudo o que se desenvolveu depois, menos os desvios de conduta”, disse Sérgio Guerra. FHC respondeu às críticas de que os tucanos cobram medidas que poderiam ter adotado quando no poder: “Não se fez antes porque as condições eram outras. Hoje temos como baixar juros sem gerar inflação.”
Autor de duras críticas ao comando do PSDB, o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) não foi ao encontro, que reuniu no Rio os governadores Geraldo Alckmin e Antonio Anastasia e muitos parlamentares. Ao contrário de Aécio, que acompanhou de perto a organização do seminário, a cargo da economista Elena Landau, Serra apareceu de surpresa – ele estava em Londres e desembarcou no Rio de madrugada. Para não criar atritos entre os aliados de Aécio e de Serra, possíveis candidatos à Presidência em 2014, foram abertos espaços para que os dois falassem. Foi Aécio quem chamou o “companheiro José Serra” ao palco. FHC fez questão de prestigiar o ex-governador paulista: “O Serra fez o meu discurso. Eu é que deveria ter ido a Londres”, brincou.
Na tentativa de fazer do encontro um ponto de partida para uma nova fase, Fernando Henrique estimulou os companheiros a deixarem claras as posições do partido. “O PSDB ou fala ou morre”, advertiu. “Começamos a falar com uma nova voz, a voz dos que querem vencer. O Brasil precisa da nossa vitória. Não somos o partido do clientelismo, da corrupção”, disse.